GEDIPE 

COMUNICADO DIA MUNDIAL DA TELEVISÃO


DIA 21 DE NOVEMBRO: HOJE É DIA MUNDIAL DA TELEVISÃO
Esta data foi proclamada pelas Nações Unidas em dezembro de 1996, após o primeiro Fórum Mundial de Televisão, realizado em 21 de novembro de 1996.
O objetivo desta celebração é reconhecer o impacto crescente da televisão na tomada de decisões, chamando a atenção para conflitos, ameaças à paz e à segurança, e o seu potencial em dar visibilidade a questões económicas e sociais. A televisão é ainda hoje considerada uma ferramenta poderosa para a informação, sensibilização e formação da opinião pública, não obstante os dados estatísticos e as tendências de consumo de meios indicarem que as novas gerações estão a ver menos televisão tradicional e a consumir mais conteúdos na Internet.
É certo que estudos e pesquisas recentes mostram que as gerações mais jovens estão a migrar da televisão tradicional para a Internet e plataformas digitais. Com efeito, as novas gerações cresceram imersas na era digital, com smartphones e Internet como ferramentas quotidianas. Para eles, o mundo digital não é uma extensão da realidade, mas a própria realidade. A visualização de vídeos online tornou-se uma atividade mainstream, atingindo consumidores de diversos perfis demográficos. A maioria dos jovens prefere consumir conteúdo diretamente nas redes sociais e plataformas de streaming a assistir a televisão. Por outro lado, tanto a Geração Z quanto a Geração Alpha esperam que as marcas ofereçam experiências de consumo personalizadas e imersivas, como sucede com a realidade virtual e aumentada. E também se generalizaram as smart TVs conectadas à Internet.
Acresce que, com a atual política europeia de investimento nas infraestruturas e de aumento significativo da cobertura pela Internet, (1 Gigabite por cada lar) é de esperar que a maioria da população se volte cada vez mais para as novas realidades, nomeadamente, a realidade aumentada e a realidade virtual, desafiando cada vez mais a indústria da televisão a reinventar-se, tal como também o cinema o faz, para continuar a justificar a experiência “imersiva”, que está também a ganhar terreno no chamado Metaverso, no mundo virtual.
De qualquer forma, a Televisão continua a ser um fenómeno agregador de públicos de várias gerações, promovendo o convívio familiar e interpessoal, e constitui um meio de referência confiável no combate à desinformação, pelo que se continua a justificar a política de assegurar o investimento público e privado em produção independente.
Em Portugal, desde que foi implementada a última revisão à Diretiva Europeia sobre Audiovisual (AVMS), vem persistindo um significativo “gap” entre o valor investido em cinema e em produção audiovisual, que é bastante menor (em 2023 essa diferença foi 5 milhões de euros, considerando já os investimentos obrigatórios dos operadores privados).
Se compararmos os montantes de investimento público em produção de obras cinematográficas e o investimento de operadores privados de televisão ou de serviços audiovisuais a pedido em obras audiovisuais (televisão) em Portugal ao longo dos últimos quatro anos, com base nos Relatórios do ICA, verificamos que, em 2020, o diferencial foi sempre aumentando, partindo de 2 milhões de euros, em 2020, 3 milhões em 2021, 4 em 2022 e, por último, 5 em 2023.
É urgente rever estas políticas públicas e deixar de discriminar a Televisão face ao Cinema!  
Afinal, se o Cinema nos faz sonhar, e a Internet nos faz perder a noção da realidade, precisamos muito da Televisão para nos dar tudo isso… sem nos deixar de chamar à Terra.
Feliz Dia Mundial da Televisão!
 
 
António Paulo Santos
(Diretor-Geral da GEDIPE)